Não adianta chorar pelo leite derramado. Com o perdão do
trocadilho, o fato é que cerca de 60% da população mundial tem algum tipo de
sensibilidade aos laticínios, segundo matéria publicada no USA Today (e algumas
estatísticas chegam até a 75%). Essas pessoas podem apresentar sintomas como
alergias respiratórias, sinusite, nariz que escorre com frequência, muco
persistente, inflamações e infecções de garganta e ouvidos, diarreia e dores de
cabeça.
A questão é que a habilidade de digerir o açúcar (lactose) e
as proteínas (caseína e whey) do leite não é uma doença, e sim um traço
absolutamente normal nos humanos. A retenção da capacidade de digerir leite e
seus derivados após a infância é uma mutação genética, mais comum na população
europeia, principalmente nórdica.
De acordo com o neuropata americano Peter D"Adamo,
criador da Dieta do Tipo Sanguíneo, a habilidade de digerir leite surgiu quando os humanos migraram para regiões mais próximas do
polo, onde os alimentos eram escassos pela impossibilidade de cultivo de
plantas. Então as pessoas passaram a usar o leite dos animais como fonte de
nutrição alternativa. Esta teoria diz que as pessoas descendentes desta
população, com sangue tipo B, são as que possuem maior possibilidade de digerir
laticínios sem problemas. Já asiáticos, africanos, índios e seus descendentes
são os que mais apresentam sintomas de intolerância ao consumir leite, seus
derivados e preparações, como queijo, iogurte e cremes.
Além disso, os processos de industrialização do leite e seus
derivados também contribuem para aumentar as estatísticas de intolerância ao
alimento. A pasteurização e a homogeneização causam transformações moleculares
nos laticínios. Além disso, as vacas são alimentadas com milho e soja
geneticamente modificada, e tratadas com hormônios e antibióticos. Tudo isso
pode explicar um número cada vez maior de sintomas e doenças associadas ao
consumo de leite e derivados.
Mitos e verdades acerca do leite
O leite orgânico é
mais seguro que o leite normal
Mito, os
dois são seguros para o consumo. "A diferença do orgânico é que as vacas
produtoras não recebem hormônios ou antibióticos para aumentar a produção de
leite", esclarece a nutricionista Patrícia. Essas vacas também não se alimentam
de pastos com fertilizantes, o que torna o leite orgânico mais puro e a opção
que mais preserva o meio ambiente.
No entanto,
o governo brasileiro estabelece regras rígidas de segurança para garantir que
todo leite comercializado esteja livre de resíduos que possam ser prejudiciais
ao organismo. Por isso, tanto a versão convencional quanto a orgânica são
consideradas seguras.
O leite deveria ser evitado na alimentação.
Mito. Há
contradições, mas ainda prevalecem estudos e especialistas que afirmam que o
leite só deve ser evitado em caso de alergias. "A bebida é ótima fonte de
proteína e o cálcio que ela contém é mais bem absorvido pelo corpo, se
comparada a outros alimentos que também sejam fonte desse mineral", alega
Patrícia.
Leite desnatado não
tem colesterol.
Mito. A
nutricionista Maria Claudia afirma que todos os alimentos de origem animal
possuem colesterol. "O que ocorre com o leite desnatado é que, com
a redução das gorduras dos alimentos, o teor de colesterol livre também diminui", explica a
profissional.
Laticínios causam
ganho de peso.
Verdade,
assim como todo alimento em excesso que contenha gordura e calorias. Por isso,
o ideal é ingerir as versões com teor reduzido de gordura que, se consumidas na
medida certa, não provocam quilos extras.
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