segunda-feira, 13 de julho de 2015

Aprenda a lidar com a epilepsia



 

Epilepsia é uma doença neurológica crônica, podendo ser progressiva em muitos casos, principalmente no que se relaciona a alterações cognitivas, freqüência e gravidade dos eventos críticos. É caracterizada por crises convulsivas recorrentes, afetando cerca de 1% da população mundial.

Uma crise convulsiva é uma descarga elétrica cerebral desorganizada que se propaga para todas as regiões do cérebro, levando a uma alteração de toda atividade cerebral. Pode se manifestar como uma alteração comportamental, na qual o indivíduo pode falar coisas sem sentido, por movimentos estereotipados de um membro, ou mesmo através de episódios nos quais o paciente parece ficar "fora do ar", no qual ele fica com o olhar parado, fixo e sem contato com o ambiente. 

A descarga elétrica neuronal anômala que geram as convulsões pode ser resultante de neurônios com atividade funcional alterada (doentes), resultantes de massas tumorais, cicatrizes cerebrais resultantes de processos infecciosos (meningites, encefalites), isquêmicos ou hemorrágicos (acidente vascular cerebral), ou até mesmo por doenças metabólicas (doenças do renais e hepáticas), anóxia cerebral (asfixia) e doenças genéticas. Muitas vezes, a origem das convulsões pode não ser estabelecida, neste caso a epilepsia é definida como criptogênica.

Como agir

Se testemunhar uma crise convulsiva generalizada, com queda e abalos musculares generalizados:

 1. Permaneça calmo e vá controlando a duração da crise, olhando periodicamente para o relógio

2. Coloque uma toalha ou um casaco dobrado debaixo da cabeça da pessoa

3. Quando os abalos (convulsões) pararem coloque a pessoa na posição lateral de segurança

4. Permaneça com a pessoa até que recupere os sentidos e respire normalmente

5. Se a crise dura mais do que 5 minutos, chame uma ambulância 

NÃO introduza qualquer objecto na boca nem tente puxar a língua (a teoria de que as pessoas

Podem "enrolar a língua" e asfixiar não tem fundamento)

NÃO tentar forçar a pessoa a ficar quieta

NÃO lhe dê de beber

Se presenciar uma crise mais rápida, sem queda nem movimentos convulsivos (por exemplo, em que ocorra apenas um período de confusão e comportamentos invulgares):

 

1. Proteger o doente de um eventual perigo durante uma crise

2. Dar o devido apoio até à recuperação completa da consciência

 

Quando chamar o 112?

 

1. sempre que tiver dúvidas sobre o melhor procedimento

2. se for a primeira crise da pessoa (i.e., sem epilepsia prévia)

3. se a crise for mais prolongada do que o habitual (geralmente as crises não ultrapassam os

2-3 minutos de duração) ou se observar crises repetidas, sem recuperação dos sentidos no

Intervalo

4. crise com ferimentos sérios

5. dificuldade em retomar respiração normal no final da crise

 

 

Tratamento

O tratamento da epilepsia é indicado apenas a partir da segunda crise. O uso da medicação tem o objetivo de bloquear as crises, eliminando a atividade anormal do cérebro, a fim de assegurar boa qualidade de vida para o paciente.

Antigamente se acreditava que a associação de vários remédios ajudaria a obter melhores resultados, mas ficou provado que esse tipo de conduta é inadequado porque favorece o acúmulo dos efeitos colaterais.

O sucesso do tratamento depende fundamentalmente do paciente que precisa fazer uso regular da medicação por algum tempo, não necessariamente por toda a vida. Ele precisa entender sua condição, saber que medicação está usando e quais são seus efeitos colaterais.

Enquanto toma o remédio – um só – que é fornecido pelo Ministério da Saúde ou pela Unidade Básica de Saúde, é importante manter o acompanhamento médico regular para controle.

 




 

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