Epilepsia é uma
doença neurológica crônica, podendo ser progressiva em muitos casos,
principalmente no que se relaciona a alterações cognitivas, freqüência e
gravidade dos eventos críticos. É caracterizada por crises convulsivas
recorrentes, afetando cerca de 1% da população mundial.
Uma crise
convulsiva é uma descarga elétrica cerebral desorganizada que se propaga para
todas as regiões do cérebro, levando a uma alteração de toda atividade
cerebral. Pode se manifestar como uma alteração comportamental, na qual o
indivíduo pode falar coisas sem sentido, por movimentos estereotipados de um
membro, ou mesmo através de episódios nos quais o paciente parece ficar "fora
do ar", no qual ele fica com o olhar parado, fixo e sem contato com o
ambiente.
A descarga elétrica
neuronal anômala que geram as convulsões pode ser resultante de neurônios com
atividade funcional alterada (doentes), resultantes de massas tumorais,
cicatrizes cerebrais resultantes de processos infecciosos (meningites,
encefalites), isquêmicos ou hemorrágicos (acidente vascular cerebral), ou até
mesmo por doenças metabólicas (doenças do renais e hepáticas), anóxia cerebral
(asfixia) e doenças genéticas. Muitas vezes, a origem das convulsões pode não
ser estabelecida, neste caso a epilepsia é definida como criptogênica.
Como agir
Se testemunhar
uma crise convulsiva generalizada, com queda e abalos
musculares generalizados:
1. Permaneça calmo e vá controlando a
duração da crise, olhando periodicamente para o relógio
2. Coloque uma toalha ou um casaco
dobrado debaixo da cabeça da pessoa
3. Quando os abalos (convulsões) pararem
coloque a pessoa na posição lateral de segurança
4. Permaneça com a pessoa até que
recupere os sentidos e respire normalmente
5. Se a crise dura mais do que 5 minutos,
chame uma ambulância
NÃO introduza qualquer objecto na boca nem
tente puxar a língua (a teoria de que as pessoas
Podem "enrolar
a língua" e asfixiar não tem fundamento)
NÃO tentar forçar a pessoa a ficar quieta
NÃO lhe dê de beber
Se presenciar uma
crise mais rápida, sem queda nem
movimentos convulsivos (por exemplo, em que ocorra apenas um período de
confusão e comportamentos invulgares):
1. Proteger o doente de um eventual
perigo durante uma crise
2. Dar o devido apoio até à recuperação
completa da consciência
Quando chamar o
112?
1. sempre que tiver dúvidas sobre o
melhor procedimento
2. se for a primeira crise da pessoa
(i.e., sem epilepsia prévia)
3. se a crise for mais prolongada do que
o habitual (geralmente as crises não ultrapassam os
2-3 minutos de
duração) ou se observar crises repetidas, sem recuperação dos sentidos no
Intervalo
4. crise com ferimentos sérios
5. dificuldade em retomar respiração normal
no final da crise
Tratamento
O tratamento da
epilepsia é indicado apenas a partir da segunda crise. O uso da medicação tem o
objetivo de bloquear as crises, eliminando a atividade anormal do cérebro, a
fim de assegurar boa qualidade de vida para o paciente.
Antigamente se
acreditava que a associação de vários remédios ajudaria a obter melhores
resultados, mas ficou provado que esse tipo de conduta é inadequado porque
favorece o acúmulo dos efeitos colaterais.
O sucesso do
tratamento depende fundamentalmente do paciente que precisa fazer uso regular
da medicação por algum tempo, não necessariamente por toda a vida. Ele precisa
entender sua condição, saber que medicação está usando e quais são seus efeitos
colaterais.
Enquanto toma o
remédio – um só – que é fornecido pelo Ministério da Saúde ou pela Unidade
Básica de Saúde, é importante manter o acompanhamento médico regular para
controle.
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